Ciências

Um dia conseguiremos viajar no tempo? O que a ciência explica

A ciência explica formas pelas quais uma viagem no tempo pode acontecer, mas provavelmente não é da forma que você imaginava

Buraco de minhoca” é uma das teorias possíveis para a viagem no tempo Foto: Genty / Pixabay

Reviver momentos bons ou impedir que algo de ruim aconteça pode ser um desejo de muitos. Seria impressionante se fosse possível em uma “máquina do tempo” como em “De Volta para o Futuro”. Mas de acordo com a ciência, apesar de a viagem no tempo ser possível, ela não acontece da forma que imaginamos.

Albert Einstein, há mais de 100 anos, escreveu a famosa Teoria da Relatividade. De acordo com ela, tempo e espaço estão ligados e nada pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz, que é de 299.337984 quilômetros por segundo.

Para as viagens no tempo, isso significaria que quanto mais rápida a viagem, mais lento o tempo é experienciado.

O tempo, de acordo com Einstein, seria uma ilusão que se move em relação a um observador. A essa diferença de como o tempo é percebido é dado o nome de “dilatação do tempo”.

Um experimento com dois relógios de mesmo horário explicou essa teoria muito bem. Um deles ficou na Terra e outro voando num avião (na mesma direção em que a Terra gira). Depois que o avião voou ao redor do mundo, os dois relógios foram comparados, e seus horários eram diferentes. O avião em movimento estava ligeiramente atrás do outro, que ficou em “terra firme”.

A explicação para isso seria a de que o relógio do avião, que andava mais rápido no espaço, estava viajando mais lentamente no tempo. A Teoria da Relatividade também explica por que o astronauta Scott Kelly envelheceu menos durante um ano em órbita do que seu irmão gêmeo que ficou na Terra.

Ainda que essa diferença possa render piadas entre os irmãos em vez de anos de vida útil, é possível comparar a diferença que a órbita da Terra faz na vida de um astronauta. Quando medimos o tempo experienciado na Terra e o dos satélites GPS voando pelo espaço, há diferenças significativas.

Nos satélites GPS com relógios atômicos, o tempo é contado com 7 microssegundos a menos por dia Foto: WikiImages / Pixabay

Satélites GPS com relógios atômicos possuem sete microsegundos – ou sete milionésimos de segundo – a menos a cada dia, segundo publicação da American Physicals Society.

Esse tipo de descompasso revela um tipo de viagem no tempo diferente de como conhecemos, que aparentemente pode ser irrelevante, mas quando consideramos grandes períodos de tempo, a diferença pode impressionar.

outras possibilidades


Se a explicação de Einstein não parecer muito animadora, saiba que existem outras teorias além dela, e que permitiriam saltos para frente ou para trás no tempo.

É o caso da de Frank Tipler, que propõe girar um cilindro de dez vezes a massa do Sol por alguns bilhões de giros por minuto, o que nos faria “viajar para trás no tempo”. Mas há uma falha: nós não sobreviveríamos ao tipo de atração gravitacional necessário para isso.

Amos Ori, do Instituto de Tecnologia Technion-Israel em Haifa, em Israel, também propôs um modelo para uma máquina do tempo. Ela seria feita de um espaço-tempo curvo (ou seja, um vácuo em forma de donut cercado por uma esfera de matéria). Para ele, “a máquina é o próprio espaço-tempo”.

“Se criarmos uma área com uma dobra como esta no espaço que permitiria que as linhas de tempo se fechassem, isso permitiria que as gerações futuras voltassem a visitar nosso tempo”, defende Ori.

A teoria de Ori converge com o que explica pesquisadora de pós-doutorado no Instituto Max Planck de Física Gravitacional na Alemanha, Ana Alonso-Serrano. Segundo ela afirmou ao portal Usa Today, “no momento em que você esculpir o espaço-tempo, você pode brincar com essa curvatura para fazer o tempo chegar em círculo e fazer uma máquina do tempo”.

Mas assim como a teoria de Tipler, existem muitas falhas relacionadas a essa teoria. Os viajantes no tempo não conseguiriam viajar para antes da criação da “máquina”. E pior: a construção desta máquina dependeria da nossa capacidade de manipular campos gravitacionais — algo que em teoria, pode ser possível, mas na prática, ainda é muito distante de nós.

Há também a teoria dos “buracos de minhoca” de Einstein e do físico americano-israelense Nathan Rosen. Para eles, no centro de buracos negros está a singularidade, um ponto no qual toda a matéria se comprime a um tamanho zero e, portanto, de densidade infinita. A isso se chama de ponte Einstein-Rosen, nome oficial dos buracos de minhoca, que nunca foi descoberta na prática. 

Mas em 2019, uma equipe de cientistas da Universidade de Stanford levantou a tese de que isso não seria possível, porque seria uma viagem lenta demais. “Levaria mais tempo para passar por esses buracos de minhoca do que ir diretamente ao destino esperado”, comentou Daniel Jafferis, um dos pesquisadores.

Ufólogo, Pesquisador de Campo, Conselheiro e Co-editor do CIFE - Canal Informativo de Fontes/Fenômenos Extraterrestres e Espaciais - Scientific Channel of UFOs Phenomena & Space Research. | Ufologist, Field Investigator, CIFE Co-editor - Scientific Channel of UFOs Phenomena & Space Research.