Ufologia Brasileira para a MUFON da França – Comemoração de 2 anos do Caso Magé pelo pesquisador Rony Vernet

“Após (2) anos o suposto acidente que teria ocorrido em Magé no Brasil na qual ouvi relatos sobre o caso, liguei para Fernanda Pires. Fernanda é uma investigadora de campo da MUFON. Ela entrou em contato com outros pesquisadores, entre eles Rony Vernet e eu lhe agradeço muito por isso. Pude, assim, entrar em contato com Vernet, ufólogo brasileiro, que nos deu o prazer de escrever um artigo completo, relatando suas investigações sobre o fenômeno. Pesquisador da MUFON da França, Jean-François OPSOMER.”

Na manhã do dia 12 de maio de 2020, áudios começaram a circular no whatsapp dando conta de que um objeto voador não identificado teria caído na cidade de Magé, estado do Rio de Janeiro, nas margens de um rio na região. Na tarde do mesmo dia, às 15 horas e 24 minutos, uma postagem realizada no Twitter contendo um desses áudios acelerou a propagação do evento, chamando a atenção da mídia para o assunto, a qual passou a noticiar o suposto incidente nos jornais a partir da manhã do dia 13 de maio, tornando o caso nacionalmente conhecido e envolto de polêmica. Foi a partir desse momento que decidi ir até a cidade de Magé para ter a minha própria visão sobre o que realmente estava acontecendo e que irei relatar como se segue. 

Durante uma semana e meia no local, pude entrevistar centenas de pessoas em diferentes localidades da cidade: centro, Piabetá, Inhomirim, Pau Grande, Raiz da Serra, Rio do Ouro, Santo Aleixo, além das localidades de Petrópolis, Meio da Serra e Alto da Serra. Uma parte dos moradores estava confusa em meio aos boatos que se espalhavam no comércio. Os habitantes de Pau Grande diziam que o evento havia ocorrido em Raiz da Serra. Por sua vez, os habitantes de Raiz da Serra diziam que o evento teria ocorrido em Pau Grande. Outros, diziam que o objeto teria caído dentro da Fábrica da Estrela, unidade de produção de explosivos, acessórios e pólvora negra da Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL), a qual é protegida pelo Exército Brasileiro. Eu notava indícios de que uma campanha de desinformação poderia estar acontecendo, seja de forma proposital, pelos próprios moradores para se divertir com os boatos na cidade, seja por autoridades, para confundir investigadores e ganhar tempo para por um ponto final no assunto. Outra parte da população dizia estar com medo de relatar qualquer coisa sobre o caso, temendo represálias. Quanto mais próximo da Serra de Petrópolis, maior era esse sentimento passado pelos moradores e aos poucos fui me dando conta de que se algo aconteceu não teria sido na área Urbana de Magé e sim nas proximidades do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), a qual além de Magé, também abrange as cidades de Petrópolis, Teresópolis e Guapimirim. 

Desde a última semana de abril de 2020, estranhas luzes no céu, sempre de cor vermelha/laranja, passaram a ser vistas pelos moradores. Na semana anterior à suposta queda, uma família inteira em um total de 4 testemunhas, a qual reside em localização privilegiada no alto da serra, testemunhou um fenômeno luminoso alaranjado cruzar baixo os céus em direção ao estado de Minas Gerais. No dia 10 de maio, 2 dias antes do evento, a na época quase desconhecida constelação de satélites da SpaceX foi vista nos céus região, confundindo ainda mais os moradores sobre o que viria a acontecer no fatídico dia do evento. Entre 23 horas e 30 minutos e meia-noite do dia 11 de maio, moradores das regiões de Raiz da Serra e Pau Grande relataram um estrondo muito forte, fazendo com que diversas pessoas acordassem e saíssem de suas casas para ver o que estava acontecendo. Era unânime o relato da movimentação de aeronaves, incluindo caças e helicópteros já na madrugada do dia 12 de maio. Um comboio de caminhões do Exército nesse mesmo dia, até o horário de 4h30min também foi relatado por testemunhas diretas. Grande parte dos moradores das localidades de Raiz da Serra e Pau Grande, as quais são as áreas de Magé mais próximas da Serra dos Órgãos, foram acordados com o som de helicópteros civis e militares, os quais operaram na região até o fim do dia. Pude notar que caminhões e mais caminhões desciam da Serra de Petrópolis com uma quantidade considerável de galhos e pedaços de árvores, fato que infelizmente não dei atenção em um primeiro momento e que seria mais uma potencial fonte de informações.

Além de moradores, também conversei com servidores militares e civis que trabalham na IMBEL, embora a grande maioria evitasse falar sobre o assunto. No dia de 13 de maio, para trazer ainda mais confusão às investigações, comemorou-se o aniversário da Fábrica Estrela. Uma quantidade anormal de explosões foi realizada nessa data, causando estranheza até dos funcionários mais experientes. A intensidade foi tamanha que os abalos afetaram diversos transformadores nas proximidades da fábrica, o que ocasionou falta de luz nesse dia. Estaria a IMBEL realizando explosões excessivas para desviar a atenção de todos para aquele local? Enquanto isso, diversas pessoas se aglomeravam na porta da instituição pedindo explicações. A assessora de comunicação da IMBEL declarou que nada de estranho havia acontecido, embora servidores tenham notado a visita de oficiais de alto escalão do Exército advindos de outras cidades, algo anormal mesmo se tratando do aniversário da Fábrica. No mesmo dia, diversas crianças e adolescentes fizeram uma gravação escondida conversando com os vigilantes da empresa. Em meio a algumas brincadeiras, os funcionários dizem que o ocorrido seria verdade e que o objeto não teria caído dentro da IMBEL, e que um determinado ser pequeno e de pele escura teria sido capturado no entorno da Fábrica. Na saída de um dos funcionários, o mesmo é indagado pelos vigilantes se ele viu o tal ser, e o mesmo responde que iria perguntar se o caminhão (que estaria levando o tal ser) já tinha saído. O vigilante então responde que sim e emenda: “Instituto Oswaldo Cruz”. Não sabemos se há algo verídico nessas falas, porém a troca repentina de perguntas entre os vigilantes e o funcionário de saída chamam a atenção. Estariam os vigilantes apenas brincando ou de fato sendo transparentes com as crianças em virtude da inocência das mesmas?

Na semana seguinte, a partir do dia 19 de maio, pude conhecer pessoalmente e compartilhar informações com os ufólogos Arthur Neto, Julio Ferreira e Riba Menezes, os quais se encontravam no local desde a semana do suposto ocorrido. Pude levá-los para conhecer uma testemunha-chave e conjuntamente conseguimos obter a gravação original de um fenômeno luminoso intenso alaranjado e estacionário, gravado por um Policial Militar às 2 horas e 30 minutos da madrugada do dia do incidente. Também entrevistamos mateiros da região que relataram movimentação de militares do Exército pelas trilhas localizadas nas montanhas da Serra dos Órgãos. A fim de tentar registrar uma anormal movimentação na madrugada do dia 12, obtive acesso a sistemas de câmeras de segurança de três locais diferentes. Em dois deles, entretanto, os vídeos haviam sido perdidos em virtude de limitação de armazenamento e no último nada pôde ser observado na principal avenida da região. Entretanto, múltiplas testemunhas relataram que na manhã do dia 13 de maio, três caminhões-baú foram vistos sentido Rio de Janeiro na pacata rua de trás, paralela à avenida principal, o que bateria com o relato do vigilante da IMBEL. Todas as testemunhas foram categóricas em afirmar que naquela rua não passam veículos de grande porte e algumas delas declararam ter absoluta certeza disso, tendo em vista que estavam acostumadas a realizar seus exercícios diários naquele mesmo local.

Nas semanas posteriores ao suposto incidente, os estranhos fenômenos luminosos vermelhos/laranjas voltaram a aparecer na região, em outras partes do estado do Rio de Janeiro e também em São Paulo, todos com registros em vídeo por testemunhas. No dia 03 de junho um OVNI foi filmado em Magé na região de Fragoso, visualmente muito similar ao filmado pelo Policial Militar conforme exposto anteriormente, porém exibindo estranha movimentação. No dia 04 de junho jornalistas da Rede Globo investigaram e obtiveram a gravação de um fenômeno do mesmo tipo voando em baixa altitude na região de Monte Alto, cidade de Arraial do Cabo. Também estive nesse local e moradores disseram que esse objeto teria se evadido para o mar e sido perseguido por um helicóptero da Marinha. A alta velocidade e baixa altitude dessa aeronave perseguindo o objeto causaram a impressão em diversas testemunhas de que o helicóptero estava caindo, tendo muitos moradores saído de suas casas para ver o que estava ocorrendo. Após certificar que de fato o helicóptero da Marinha havia feito essa trajetória sobre o mar através de dados do transponder da aeronave, fiz um pedido de informação em que a Marinha reconheceu a realização do voo de adestramento da Aeronave modelo UH-17 N-7090, porém disse que a agressiva manobra sobre o mar fazia parte do treinamento e não de perseguição a OVNI. Entretanto, nas cartas de vôo fornecidas, a previsão era a de realizar o pouso em Macaé, a cerca de 70 km de distância daquela região, porém o que aconteceu de fato foi uma brusca arremetida de pouso do Aeroporto de Macaé seguida de deslocamento para a cidade de Arraial do Cabo, com posterior pouso não previsto na Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia. No dia seguinte ao evento, diversos militares da Marinha foram vistos por testemunhas ao longo da faixa de areia com equipamentos militares fazendo observações e registros. Por fim, já no dia 22 de junho, um objeto alaranjado voando a baixa altitude foi filmado mudando de forma nas proximidades do pico do Jaraguá.

Dois anos depois do ocorrido, eu tinha informações suficientes para elaborar pedidos de informação ao Governo através da Lei de Acesso à Informação (LAI). Sendo assim, no mês de abril de 2022, obtive a confirmação do Exército de que aeronaves modelo HM-1 Pantera sobrevoaram a região da Serra dos Órgãos entre os dias 11 e 16 de maio de 2020, provenientes do 2º Batalhão de Aviação do Exército, localizado em Taubaté-SP. A justificativa do Exército para esses sobrevoos é de que estaria ocorrendo um adestramento de tropas na Serra dos Órgãos, fato no mínimo estranho, tendo em vista que essas atividades estariam suspensas por conta do auge da pandemia de COVID e além disso, todos esses adestramentos são noticiados no site do EB, o que não ocorreu para este suposto treinamento. Ao solicitar mais informações e documentos sobre esse adestramento, tive o pedido negado em todas as instâncias com a justificativa de que “visando manter o sigilo de técnicas operacionais e preservar os dados dos militares envolvidos, os documentos relativos ao adestramento de tropa possuem a classificação Acesso Restrito”. Entretanto, um novo pedido para essas informações será feito de minha parte, tendo em vista que entendo haver diversas inconsistências nessa justificativa. Um outro pedido foi realizado a fim de obter as mensagens trocadas pelas lideranças da IMBEL no período do ocorrido, cuja tramitação de recursos atingiu a última instância e será julgado pela CGU, órgão máximo que define se as informações devem ou não ser disponibilizadas pelos órgãos do Governo. Cabe ressaltar que a CGU já pediu dois adiamentos de prazo a fim de apreciar melhor o meu recurso a esse pedido.

Sendo assim, concluo este informe ressaltando que mesmo com uma quantidade muito maior de dados, ainda não sabemos o que ocorreu na fatídica madrugada dos dias 11 para o dia 12 de maio de 2020 nas proximidades da cidade de Magé. Entretanto, baseado nos relatos de testemunhas e documentos fornecidos pelo Exército, tenho a convicção de que algo estranhamente atípico aconteceu não em Magé, mas em alguma localidade do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Ainda possuo guardados os registros em áudio e vídeo de algumas entrevistas realizadas, filmagens de fenômenos aéreos não identificados, bem como documentos oficiais do Exército e da Marinha do Brasil. Cheguei a iniciar a produção de um curto documentário com esse material, o qual não pôde ser concluído em virtude de demandas pessoais como meu trabalho e meu curso de mestrado. Em breve isso será divulgado de alguma forma, a começar por um artigo contendo parte desse acervo, o qual será liberado nos próximos dias. Finalizo agradecendo aos moradores das cidades de Magé, Petrópolis e Arraial do Cabo que contribuíram dando seus testemunhos e em especial aos ufólogos Arthur Neto, Julio Ferreira e Riba Menezes que puderam somar esforços comigo no local para compartilhar informações, bem como ao ufólogo Cristiano Gonçalves que também esteve no local obtendo valiosas informações compartilhadas em seu canal do YouTube.

Rony Vernet

Engenheiro, Professor e Mestrando em Física

Pesquisador de Fenômenos Anômalos

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Pesquisador Certificado MUFON da França: Jean-François OPSOMER

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