Tecnologia extraterrestre pode aparecer como objetos naturais no universo

Segundo o físico britânico Stephen Wolfram, a vida inteligente é inevitável. Mas há um empecilho. Embora a vida inteligente seja inevitável, nunca a encontraremos – pelo menos não olhando para a Via Láctea.

Como evidência Wolfram aponta Para comprimir cada vez mais informações em nossos sinais de comunicação – sejam eles conversas de celular ou computador – removemos toda redundância ou padrão.

Se alguma coisa em um sinal se repetir, então claramente pode ser extirpada.

Mas esse processo de remover qualquer padrão de um sinal faz com que pareça cada vez mais aleatório – na verdade, muito parecido com o “ruído” aleatório de rádio que chove na Terra vindo de estrelas e nuvens de gás interestelar.

De acordo com Wolfram, se alguém enviasse nossos próprios sinais de comunicação do século 21 para nós do espaço, teríamos dificuldade em determinar se eles eram artificiais ou naturais. Então, que chance temos de distinguir uma comunicação ET da estática de rádio de fundo geral do cosmos?

Os artefatos ET coordenados por computadores se pareceriam muito mais com objetos naturais. É fácil distinguir um artefato tecnológico, como um carro, de um objeto natural, como uma árvore. A árvore é muito mais complicada.

Mas, diz Wolfram, “isso ocorre simplesmente porque nossos artefatos tecnológicos são primitivos. À medida que se tornam mais complexos – com processadores de computador permitindo que eles tomem decisões a cada momento – eles começarão a parecer tão complexos quanto árvores, pessoas e estrelas.”

Temos poucas chances, ele sugere, de distinguir um artefato ET de um objeto celestial natural.

Se Wolfram estiver certo e os ETs estiverem por aí, mas não seremos capazes de reconhecê-los – seja em suas comunicações ou em seus artefatos – então é claro que eles poderiam estar aqui no Sistema Solar e não teríamos notado.

Wolfram acha que os ETs não vão querer viajar para a Terra – ou para qualquer outro lugar. Na visão de Wolfram, tudo no Universo é produto de um programa de computador. Na verdade, ele imagina um universo cibernético abstrato de todos os programas de computador concebíveis, desde o mais simples até o mais complexo.

Este “universo computacional” contém tudo, desde o sistema operacional Apple Macintosh até um programa para criar uma nave estelar mais rápida que a luz

Wolfram acredita ter encontrado o grande segredo da natureza – como ela gera a complexidade do mundo, desde um rododendro até uma árvore e uma galáxia espiral barrada, aplicando regras simples repetidas vezes como simples programas de computador.

Wolfram chegou a essa conclusão notável no início da década de 1980, quando descobriu que o tipo mais simples de programa de computador – conhecido como autômato celular – pode gerar complexidade infinita se sua saída for repetidamente realimentada como entrada.

Wolfram encontrou evidências de que o tipo de programa de computador que produz complexidade infinita pode ser implementado “não apenas em sistemas de moléculas biológicas, mas em todos os tipos de sistemas físicos – nuvens de gás caóticas, sistemas de partículas subatômicas e assim por diante. Ele conclui que em todo o Universo a vida – embora definitivamente não a vida como a conhecemos – surgirá espontaneamente. É uma característica fundamental da matéria.”

A existência deste universo computacional é a coisa crucial. Mas a realidade é que seria mais fácil e eficiente para uma civilização ET ficar em casa e usar um computador para pesquisar o universo computacional em busca de programas úteis, em vez de tentar obter as mesmas informações caçando ETs para conversar entre os 200. bilhões de estrelas na Via Láctea. “É um jogo de números simples”, diz Wolfram.

Tudo é gerado por um programa de computador”, e isso inclui você e eu”, diz Wolfram. “Alguém do outro lado da Galáxia poderia ter encontrado o programa de computador para você e conversar com você neste exato momento.”

Fonte: DailyGalaxy