Astrônomos encontram “Água em forma de vapor que é 140 bilhões mais do que a que temos na Terra”
A Terra tem muita água, mesmo muita! Aliás, a quantidade é tanta que é complicado contabilizar e traduzir em números o valor. Segundo estimativas, a Terra terá 1.260.000.000.000.000.000.000 de litros de água. Contudo, apenas 2% de toda esta água é potável. Mesmo assim, é uma grande quantidade que não está bem distribuída. E se um dia precisarmos de mais água?
Não se vislumbra um acontecimento que nos faça perder este líquido precioso para o espaço. No entanto, nesse mesmo espaço, a alguns mil milhões anos luz, existe um lugar que tem mais 140 bilhões ede vezes mais água que a que temos aqui no nosso planeta. Portanto, 140 bilhões de vezes mil duzentos e sessenta trilhões de litros.
Água em forma de vapor que é 140 bilhões mais do que a que temos na Terra
Bom, pode não ser fácil perceber estes números de litros à escala com que lidamos. Contudo, os astrónomos encontraram esta reserva à espreita num longínquo buraco negro supermassivo. Dizem ser o maior depósito de água do universo e que tem 4.000 vezes a quantidade encontrada na Via Láctea.
Esta quantidade de água foi descoberta por duas equipas de astrónomos a 48 mil milhões de biliões de quilómetros, onde aparece como vapor disperso por centenas de anos-luz.
O reservatório foi encontrado numa área gasosa de um quasar, que é uma região brilhante e compacta no coração de uma galáxia alimentada por um buraco negro. Esta descoberta demonstra que a água pode estar presente em todo o universo, mesmo no início.
Embora este acontecimento não seja surpreendente para os especialistas, a água nunca tinha sido descoberta tão longe. A luz do quasar (especificamente, o quasar APM 08279+5255 na constelação Lince) levou 12 mil milhões de anos-luz a chegar à Terra, o que implica que esta massa de água já existisse quando o universo tinha apenas 1,6 mil milhões de anos.
Um grupo de investigadores começou em 2009 a utilizar o instrumento Z-Spec no Observatório de Submilímetros Caltech no Hawaii, enquanto outro utilizou o Interferómetro Plateau de Bure nos Alpes franceses.
Estes sensores detetam comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos, permitindo a deteção de gases vestigiais (ou vastos reservatórios de vapor de água) no cosmos primitivo. A descoberta de muitas impressões digitais espectrais de água no quasar forneceu aos investigadores os dados de que necessitavam para calcular a vasta magnitude do reservatório.