NASA está preocupada que amostras de Marte possam infectar a Terra
Para manusear as amostras de Marte que serão trazidas para a Terra em 2033 sem soltar possíveis patógenos do Planeta Vermelho por aqui, a NASA planeja montar um laboratório especial de contenção especificamente para esse fim.
Qualquer coisa dentro da espaçonave da Agência Espacial Europeia (ESA) que está programada para pegar as amostras na órbita marciana terá que ser tratada com muito cuidado – não por haver grandes chances de desencadear uma terrível praga marciana na Terra, mas porque mesmo que isso seja extremamente improvável, vale a pena tomar medidas cautelares sérias.
“Como não é uma chance de zero por cento, estamos fazendo nossa diligência para garantir que não haja possibilidade de contaminação”, disse Andrea Harrington, curadora de amostras de Marte para a NASA, ao jornal The New York Times.
Muitos laboratórios foram visitados pela agência ao redor do mundo, mas a questão central é que alguns são projetados para proteger o que está dentro deles da contaminação externa, enquanto outros são construídos para o contrário: proteger as coisas do lado de fora daquilo que estiver em seu interior.
O problema é que a NASA precisará de ambos – tanto para garantir que as amostras de Marte não infectem a Terra quanto para ter certeza de que nada daqui vai afetar o material interplanetário.
Em outras palavras, a agência precisará adaptar as capacidades atuais de um laboratório ou construir algo totalmente novo, que pode ser um laboratório modular em um prédio já existente. Qualquer que seja a decisão, o foco está na necessidade de proteger os quase 8 bilhões de habitantes da Terra de uma, quem sabe, “pandemia marciana”.
Os planejadores da missão Mars Sample Return dizem que a estrutura deve atender a um padrão conhecido como “Biossegurança Nível 4”, ou BSL-4, o que significa ser capaz de conter com segurança os vírus mais perigosos conhecidos pela ciência.